António Barroso Cruz vai lançar, na próxima semana, a sua mais recente obra de poesia. ‘Um livro de amor para ti’, segundo o autor, foi escrito numa época de confinamentos e quarentenas e receios e medos. “Diria até que na altura exacta e perfeita”, aponta. Neste livro, arriscou protagonizar vários papéis: vestiu-se de poeta, de mulher e de homem dessa mulher. A leitura é sugerida a qualquer leitor que goste de poesia alternativa.
Tribuna da Madeira (TM) – Como surgiu “Um livro de amor para ti”?
António Barroso Cruz (ABC) – Surge da necessidade de preencher um tempo suspenso em que me vejo privado de viajar permanentemente e, como tal, procurar outras ocupações que me toquem fundo, como sempre o foi a escrita. Surge ainda da necessidade quase física de colocar em livro poemas que me andavam a rondar e ameaçavam ir embora caso não os aprisionasse no papel. Surge também de mostrar a mim mesmo que não estava “acabado” para a poesia, género de escrita que tinha a sensação de ter descontinuado após o lançamento do último livro em 2019. Existe por vezes a sensação de que a fonte das palavras seca. Mas é tão-só uma sensação que, felizmente, acaba por ser contrariada pelo facto de, «epá, afinal ainda consigo!».
TM – A que tipo de leitor se destina esta obra?
ABC – A qualquer leitor que goste de ler poesia algo alternativa, não tanto erótica como em anteriores publicações da minha autoria. Mais enfática do ponto de vista do “discurso poético”. Mais autêntica e directa ao leitor.
“Considero ser o meu livro de poesia que mais exigiu de mim”
TM – Escrever e lançar um livro numa altura de pandemia pode-se considerar uma ‘aventura’? Foi idealizado antes ou nesta altura?
ABC – “Aventura” apenas no sentido de conseguir mobilizar público para estar na apresentação, até porque a enorme maioria dos livros publicados em todo o mundo não passam por sessões públicas de lançamento. São apenas livros que saem das gráficas para os escaparates.
Por isso a escrita do livro em si mesmo não constituiu qualquer acto de “aventura”. Foi apenas mais um livro escrito numa época de confinamentos e quarentenas e receios e medos. Diria até que na altura exacta e perfeita.
TM – Este livro segue um estilo bem diferente da maioria dos outros livros que já foram publicados da sua autoria. Algum motivo em especial?
ABC – Considero ser o meu livro de poesia mais complexo, mais difícil e que mais exigiu de mim. Porque arrisquei protagonizar vários papéis dentro de um livro de poesia, o que não é tarefa fácil. Vesti-me de poeta como sempre o fui. Vesti-me de mulher. Vesti-me de homem dessa mulher.
São três “actores” em cena nesta obra. Foi, como tal, um desafio a que me propus ajudado pela quantidade de tempo disponível que tinha para usar. E para não facilitar a minha vida de poeta/escritor.
TM – Quais são as expetativas para o dia do lançamento, a 5 de novembro, pelas 18 horas, no Museu Casa da Luz, de “Um livro de amor para ti”, editado por O Liberal?
ABC – Casa cheia com os intervalos vazios de espectadores invisíveis. E que os que vão subir ao palco consigam reproduzir fielmente o que lhes vai na alma decorrente da leitura e dos protagonistas que existem dentro deste livro de amor para ti. Para todos.
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